quinta-feira, 28 de maio de 2020

sábado, 16 de maio de 2020

Meu primeiro sonho e minha primeira frustração

Eu tinha entre seis e sete anos de idade. Minha mãe já tinha falecido. Meu pai já tinha se casado de novo. 

Nós morávamos na roça. Meu pai separou um pedacinho de terra para mim. O melhor da terra. Numa baixadinha. Terra fértil. Eu plantei nela meio litro de feijão. A colheita foi muito boa. Deu meio saco, quarenta litros.

Meu sonho era vender aquele feijão e comprar um par de sapatos fechado para mim. Eu nunca tinha calçado um sapato fechado. Só usava aquelas sandálias de coro feitas por meu pai.

Não via a hora de chegar o sábado para meu pai ir à vila próxima, Cachoeira de Manoel Roque, Bahia, para vender meu feijão e comprar meu sapato fechado.

Chegou o dia. Meu pai foi e levou meu feijão. Ele ia de manhã e só voltava à noite, como sempre. 

Eu fiquei o dia todo aguardando a volta do meu pai. Queria ver meu primeiro sapato  fechado. Mas naquele dia tive minha primeira grande frustração. Meu pai voltou sem os meus desejados sapatos. 

Fiquei triste, mas entendo que meu pai deve ter tido algum motivo forte para voltar sem os meus sapatos.

Setenta anos são passados desde aquele tempo, mas hoje senti um forte desejo de registrar esse acontecimento.

Adriano Pereira de Oliveira
Votorantim, SP, 16 de maio de 2020.

Glória pra mim

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