terça-feira, 9 de julho de 2013

A Presidente Dilma e a Reforma Política.

Na minha opinião, a presidente Dilma está de fato querendo fazer a reforma política e outras reformas. Ela está apelando para o plebiscito porque sabe que os deputados e senadores não estão interessados em mudanças no processo eleitoral, nem para 2014, nem para ano nenhum. Quando a vejo falando sobre as reformas, lembro-me do presidente João Goulart em março de 1964. É a mesma emoção, é a mesma paixão. Ele também queria fazer as reformas, especialmente a agrária, mas sabia que os deputados e senadores não agiriam nessa direção senão sob pressão popular, pressão das ruas. Ele tentou pressionar, tentou levar o povo para a rua, mas foi derrubado do poder pelos militares com o apoio daqueles que tinham medo das reformas.
Há dois pontos na reforma política que assustam boa parte dos atuais deputados. O primeiro é o voto distrital. Se for implantado, muitos dos atuais deputados não se reelegerão porque foram eleitos com votos espalhados em diversas regiões dos seus estados, não possuindo uma base territorial para concorrerem por um distrito, entre eles estão os evangélicos e assemelhados. Todos eles preferem o sistema proporcional e não o distrital. O segundo ponto que assusta muitos deputados e quase toda a classe política é o financiamento público de campanha. O financiamento público de campanha seria benéfico para os novos, para os menos favorecidos financeiramente. Mas os atuais detentores de cargos eletivos já têm os seus financiadores, com os quais têm os seus compromissos, querem continuar assim. É aqui que entra o maior engodo. Os poderosos com a ajuda da mídia passam para o povo, para a opinião pública,  a ideia de que o financiamento público de campanha é um mal. Usam o povo incauto para defender os seus interesses. O financiamento particular de campanha é a maior fonte de corrupção, é o maior mal do nosso sistema eleitoral, mas os que lucram com ele convencem o povo de que é o contrário. Então o povo passa a defender o interesse dos poderosos pensando que está defendendo o seu próprio interesse. Este é um perigo que corre também o plebiscito, mas mesmo sabendo disso, creio na sinceridade da presidente Dilma ao querer convocar o plebiscito para fazer a reforma política.
A alegação de muitos deputados e senadores é de que não há templo hábil para fazer o plebiscito e aplicar suas decisões nas eleições de 2014. Se é assim, e se eles querem de fato as reformas, por que não as fazem, sem o plebiscito? Eles sim, têm condições de fazerem as reformas políticas em tempo hábil para que sejam aplicadas nas eleições de 2014.
Adriano Pereira de Oliveira, Tapiraí, SP.

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